Asas/ Pra montar no vento e mergulhar/ Água na sua cabeça louca/ Que a parede é pra derrubar/ Pra soltar a voz/ Fazer a voz voar. Esses versos são de “Asas”, de Oswaldo Montenegro, música do seu CD de inéditas, De passagem (APE Music). Neles, uma revelação: sua voz privilegiada é tudo, dela depende o compositor e o instrumentista. Ela é a faca e é o queijo que dão poder incomum a um artista único.
Johnny Alf – Entre amigos (Lua Music) é um presente para os que tiveram o privilégio de ouvi-lo. Uma caixa com três discos com o mesmo objetivo, cada um à sua maneira: homenagear o grande compositor, instrumentista e cantor.
Em atividade há 12 anos, a banda vocal e instrumental Caixa Preta nasceu sob inspiração do jongo de mestre Darcy, um preservador do elemento da ancestralidade: os tambores do jongo, conhecido como a dança das almas.
Quem ouvir Juliana Caymmi cantar proporcionará a si mesmo surpreendentes momentos de felicidade. Seu canto tem a suavidade de quem sabe que pode encantar quem quiser. Ele pode ser dramático, ou mesmo mordaz; mas o que mais impressiona nele é a simplicidade com que soa, mesmo sendo tudo isso e mais aquilo.
"Samba pro Mozar" abre o disco com Cleber Almeida tocando nas peles de sua bateria, por vezes triscando nos pratos. Logo a ela se juntam o sax alto de Mané Silveira, o violão de Ricardo Matsuda e o baixo acústico de Zé Alexandre Carvalho. Durante alguns compassos, violão e sax fazem duo. Mas logo o sax assume as rédeas e desembesta a criar fraseados de grande estilo melódico. A cozinha balança no embalo do frenesi provocado pelo sopro quente de Mané, que segue em frente na missão de fazer da música um exercício de criatividade. O piano pede passagem e assume a vez de improvisar. O sax sai de cena. Baixo e batera não, continuam lá, acesos. Aos poucos o sax vai voltando e dando o ar da sua graça; logo o duo com o violão retoma o pulso do tema, improvisando sobre ele, enquanto a quebradeira da cozinha taca ainda mais lenha na fogueira. O ritmo de samba estanca. Resta o piano. Para dar o toque final, vem o baixo. O sax alto, tocado com maestria por Mané, que escreveu o arranjo cheio de suingue e bossa, conduz ao final a homenagem composta por ele para o pianista, compositor e arranjador Mozar Terra.
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