A crise econômica incentiva um Natal de baixo consumo e presentes cujo valor intrínseco seja maior do que o gasto para adquiri-los - como, claro, livros!!! A listinha de sugestões deste ano de recessão alimenta corações e mentes e dispensa a declaração constrangida de que "É só uma lembrancinha". Vamos a ela!
A vilania impera em Última Hora (Record, R$ 44,90), de José Almeida Júnior que venceu o prêmio Sesc 2017 na categoria romance. A falta de caráter é a mola propulsora de uma trama que mistura personagens reais com fictícios para falar de um tema atualíssimo: a manipulação da informação por motivos políticos. De um lado está o ex-ditador Getulio Vargas, que financia a criação do jornal Ultima Hora, de Samuel Wainer, para ser a voz de apoio ao governo, violentamente criticado por toda a imprensa. Do outro, o jornalista e deputado Carlos Lacerda, o vilão deste thriller, à frente da oposição a Vargas, mas apenas uma das figuras capazes de qualquer torpeza para satisfazer seus interesses.
Faz quase 200 anos que os jornais franceses inventaram a fidelização do público oferecendo entretenimento puro e simples. Em 1836 surgia o folhetim, uma narrativa que se infiltrava na cabeça do leitor e garantia a vendagem das publicações. Terminada a série, os capítulos eram reunidos em volumes, colecionados avidamente pelos admiradores daquelas aventuras. Com Os três mosqueteiros, Alexandre Dumas sacramentou o spin-off. O sucesso das aventuras de D’Artagnan, Athos, Porthos e Aramis foi tamanho que rendeu duas extensas sequências – Vinte Anos Depois (Zahar, R$ 129,90), novo título da Coleção Clássicos Zahar, e o Visconde de Brangelonne.
Os inacreditáveis 71 anos da cantora Wanderléa não correspondem à idade verdadeira da “Ternurinha”. A fisionomia jovem da veteraníssima musa da Jovem Guarda esconde uma senhora de ... 73 anos. Este é um dos segredos que Wanderléa revela em sua autobiografia Foi Assim (Record, R$ 39,90), em que relembra sua carreira, fala dos amigos Roberto e Erasmo Carlos, da imensa família (nove irmãos, todos com o prefixo “Wander” nos nomes), dos amores e das tragédias pessoais, como a morte do filhinho de dois anos, Leonardo, superadas com o apoio dos admiradores e a espiritualidade.
Há cerca de um ano, por iniciativa da escritora Maria Valéria Rezende, foi criada uma comunidade no Facebook, o Mulherio das Letras, para discutir formas de ampliar a visibilidade das escritoras no mercado editorial brasileiro. Em outubro, o Mulherio fez seu primeiro encontro, em João Pessoa, lançando duas antologias com a produção literária de algumas das mais de 5 mil participantes do grupo. Contistas e cronistas foram reunidas em quatro volumes artesanais da Mariposa Cartoneira, um coletivo que confecciona livros com capas de papelão.
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