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Lista de Natal – Bem mais que uma lembrancinha


Lançado em 1908, na França, Arsène Lupin contra Herlock Sholmes (Zahar, R$ 34,90), de Maurice Leblanc, traz o embate do famoso Ladrão de Casaca com o homônimo gênio da investigação inglês e acaba de ganhar linda edição de bolso da Coleção Clássicos Zahar. O criador de Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle, havia processado Leblanc alguns anos antes por usar seu personagem indevidamente nas histórias de Lupin. O ardiloso Leblanc fez um trocadilho com o nome de Sherlock e bota frente à frente o sofisticado ladrão e o primeiro dos investigadores de grande poder de dedução - que é derrotado pelo charmoso francês.

Aos 86 anos, o apresentador Silvio Santos continua em plena atividade, mantendo-se à frente de seu programa de auditório, todos os domingos, enquanto, no resto da semana, toca diversos negócios. Entrevistando empregados, parentes e amigos, além de concorrentes e diversas personalidades da televisão, as escritoras Marcia Batista e Anna Medeiros contam a vida do raríssimo - e maior - exemplo de self made man em Silvio Santos - A biografia (Universo dos Livros, R$ 39,90). O dinamismo de Senor Abravanel, carioca filho de imigrantes judeus, se mostrou precocemente, quando, adolescente, conciliava os estudos com a atividade de camelô, vendendo diferentes artigos no Centro do Rio de Janeiro. Embora não tenham ouvido o biografado, as autoras traçam um detalhado perfil do carismático empresário.

Muitas línguas, uma língua (José Olympio, R$ 89,90), de Domício Proença Filho, traça o processo de formação do português brasileiro. Com 215 milhões de "falantes nativos", sendo apenas 200 milhões no Brasil, o português que aqui se fala manteve intocada a estrutura da língua, embora tenha recebido contribuições valiosas de idiomas indígenas e africanos. Até hoje, num país de dimensões continentais, não existem dialetos, mas "falares" característicos de cada região. Analisando uma variada gama de textos, o autor, membro da Academia Brasileira de Letras, aponta as transições pela qual passou a língua brasileira ao longo dos séculos, relacionando as alterações com fatos históricos.

Os piores pirralhos do mundo (Intrínseca, R$ 49,90), de David Walliams, é mais uma das boas criações do ator que se revelou um instigante escritor de livros infantis nos anos 2000, tendo sido traduzido em 25 idiomas e vendido mais de um milhão de exemplares de seus livros. Neste, ele traz capítulos sobre pequenos manhosos, desleixados, irrequietos, mal-humorados, preguiçosos, além de meninos e meninas que simplesmente não se incomodam com falta de higiene - ou com piolhos. Nem o que seria um exemplo de boa conduta escapa: o insuportável primeiro aluno da turma é arrogante e adora humilhar os demais com seus conhecimentos. Um guia de boas maneiras às avessas, já que os protagonistas quase sempre se dão mal.