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O que eles pensam ou pensaram, julgam ou julgaram uns dos outros – parte 1


E gostava muito de faroeste. Dizia: “Não há faroeste ruim”. Aí, não estou inteiro com Nelson. Eu gosto de alguns faroestes. Os de John Ford, por exemplo, estão na minha memória os inesquecíveis Rastros de ódio, No tempo das diligências e Quem matou o facínora. Ford ruim eu acho que não há, mas pode ter ficado datado, pode não interessar mais, mas ruim não é não.

Nelson não gostava de cinema italiano, considerava Cidadão Kane um Pirandello de subúrbio, o que pode ser injusto, mas uma boa piada. Detestava Brecht, como, aliás, detestava toda a esquerda. Nelson adorava Toda a nudez será castigada, com Darlene Glória. Achava Jabor o maior diretor e Jabor respondia dizendo que Nelson era o maior escritor do ocidente. Tudo isso é informação do Sérgio Augusto, na revista Bravo.

Agora, quando Neville de Almeida fez A dama do lotação e Sete gatinhos, Nelson passou a adorá-los e esqueceu um pouco Jabor. Aliás, informação do Sérgio Augusto, algumas curiosidades: ele descobre nos filmes de Nelson influências de filmes estrangeiros. Ele admite que Boca de ouro parece filho de Cidadão Kane com Rashmon.

É na Mulher sem pecado, segundo Sérgio Augusto, o sonho que Salvador Dali criou para Quando fala o coração, de Hitchcock, não aparece nitidamente, mas a idéia esta lá, sem dúvida.