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Um bom lugar pra ler um livro


Juvenil - Gosto muito de romances para adolescentes que são bem escritos. Uma das boas autoras do gênero é Jenny Han. A temática, geralmente, envolve a batalha social entre jovens de alta popularidade e pouco caráter contra mocinhas de personalidade e muita integridade.

Para todos os garotos que já amei (Intrínseca, R$ 34,90) aborda o universo dos subúrbios americanos. Três irmãs órfãs de mãe vivem um cotidiano de comercial de margarina, ao lado do pai, médico.  A mais velha decide fazer faculdade na Escócia, restando à protagonista Lara Jean assumir o papel de mentora da caçula. Apaixonada secretamente pelo ex-cunhado, ela acaba fingindo namorar um dos mais populares bonitões da escola. Embora o tema tenha sido muito explorado pelo cinema, Jenny Han sabe aproveitá-lo com desenvoltura, com subtramas sobre o despertar sexual, amor e o mito da lealdade fraterna.  

Infantil - A jornada (Galerinha, R$ 45), do ilustrador Aaron Becker, foi considerado um dos melhores livros sem texto pelo New York Times, em 2013, além de conquistar elogios de especialistas – e ter sido comprado, numa livraria de Washington, por Barak Obama. Não deveria merecer classificação etária, de tão lindas que são as imagens, contando a viagem de uma menina solitária a partir da porta que ela desenha a lápis na parede de seu quarto. O trabalho de  Becker é requintado e cuidadoso, com uma narrativa aparentemente simples, mas muito bem engedrada. 

Gastronomia - Comer com os olhos é uma festa para a maioria dos gulosos. Mas saladas nem sempre são consideradas iguarias apetitosas. Eu, embora gulosa e gorda, tenho paixão por saladas. Não apenas por elas, claro, embora chocolates e doces jamais me atraiam o suficiente para abrir um livro que os traga na capa. Saladas para todos (Zahar, R$ 69,90), de Jeanne Kelley, mostra que não basta juntar alface com tomate para compor um prato. A salada perfeita não combina apenas vegetais e verduras, mas grãos e até carnes. Degustação para a alma.

Contos – A inglesa Hillary Mantell ganhou dois Booker Prizes por romances históricos, mas tem como grande marca a versatilidade. Outra de suas marcas, a ironia, por vezes é mal recebida, como na crítica à Kate Middleton, que seria “uma manequim de vitrine”, com o único propósito na vida de ser uma “reprodutora”. A coletânea de contos O assassinato de Margaret Thatcher (Record, R$ 35) causou polêmica previsível. Narrado através do ponto de vista de dois militantes do Exército Repúblicano Irlandês, a narrativa mostra os preparativos para um atentado, sem abordar, em momento algum o nome ou a administração Thatcher – que permeia todo o texto. As outras histórias falam de casamento, sexo, famílias, luta de classes, sempre de maneira indireta. Impossível parar de ler.