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Os argumentos de Joaquim Levy para "vender" o Brasil


O ministro se mostrou confiante de que os resultados do ajuste fiscal colocado em prática pelo governo da presidente Dilma Rousseff já serão vistos no ano que vem. “Esperamos que a atual desaceleração do ritmo da economia seja temporária”, afirmou. Para ele, essa desaceleração se deve em parte à incerteza dos últimos resultados econômicos, mas o nível de confiança já começa a se estabilizar.

A economia brasileira recuou 0,2% no primeiro trimestre, em relação ao o trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro de 2014), quando houve crescimento de 0,3%. Nos três primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado, a maior queda desde o segundo trimestre de 2009 (-2,3%). Em 12 meses, o PIB acumula queda de 0,9%.

Joaquim Levy afirmou que, com a nova política de ajuste fiscal, espera uma mudança de sentimento econômico. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma contração de 1% na economia brasileira em 2015 – com retomada do crescimento em 2016.

O ministro explicou ainda aos investidores estrangeiros as principais medidas do ajuste econômico. O governo federal decidiu cortar 69,946 bilhões de reais do Orçamento Geral da União como parte do ajuste fiscal para equilibrar as contas públicas do país. O objetivo do governo é atingir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB neste ano, que é a economia para o pagamento de juros da dívida pública.

Também fazem parte do ajuste as medidas provisórias 664 e 665, aprovadas no Senado, que restringem o acesso a benefícios trabalhistas e a pensões por morte, além do aumento da taxação dos lucros dos bancos, que renderá de 3 bilhões a 4 bilhões de reais.

Segundo o ministro, esta disciplina é essencial para proteger a economia dos efeitos inflacionários da depreciação do real.

Sobre a chamada “nova classe média”, Levy destacou que mais de 30 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza no Brasil nos últimos anos, por meio de programas como o Bolsa Família. “Inclusão social para a classe média significa mais oportunidades”, disse o ministro.

A inclusão social facilitou o acesso à educação, na opinião de Levy, o que pode influenciar na produtividade. De acordo com o ministro, o aumento da produtividade pode fazer os salários do Brasil crescerem, já que profissionais mais qualificados costumam ganhar mais.

Já no quesito infraestrutura, ele afirmou que a área precisa do apoio do setor privado e que o mercado de capitais pode ter um papel fundamental neste momento. Levy destacou que o Brasil tem um histórico de concessões – disse que telecomunicações, energia, rodovias e aeroportos são geridos pelo setor privado. Um novo pacote de concessões estava previsto para ser lançado no dia 9 de junho.

Por fim, o ministro Joaquim Levy afirmou que o governo está preparando o ambiente para investimentos. “Reduzir riscos agregados é essencial para motivar pessoas a tomarem riscos idiossincráticos”, disse. “Simplificar todo o processo é importante para aumentar os negócios no Brasil. Temos que fazer ajustes para aumentar a segurança dos negócios”, completou durante a palestra.