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Chico Teixeira multiplica sua herança sertaneja


Gravado pela equipe da TV Cultura de São Paulo, no Auditório Ibirapuera, com direção de Mauricio Valim, o show contou com um quinteto integrado pelo próprio Chico (voz e violão), Daniel Doctors (contrabaixo, baixo de pau e voz), Thadeu Romano (piano e acordeom), Camilo Zorilla (bateria e voz) e João Oliveira (violão, guitarra e voz).

Afiados, os caras estavam com o repertório debaixo do dedo. Chico comandou o espetáculo. Com o carisma de sua voz e a desenvoltura de seu violão, tocaram as modas que estão no imaginário dos que habitam os interiorzões brasileiros.

A linda "Cuitelinho" (Antonio Xandó e Paulo Vanzolini) abre o CD, já mostrando que é possível (pre)sentir a emoção que desabrocha do público nos aplausos recebidos ao final do último acorde. Impressiona como a voz de Chico, como se dizia no meu tempo, é "escrita e escarrada" a do pai.

"Jardim da Fantasia" (Paulinho Pedra Azul) tem intro suave, condizente com a delicadeza da letra que clama por um "Bem te vi/ Bem te vi (...)".

"Ares do Saber" (Chico Teixeira e Paulinho Pedra Azul) tem detalhes da guitarra. O ritmo acelera. O intermezzo da guitarra é viril. Um coro eleva o canto às alturas.

"Aprendendo a Viver" (Renato Teixeira) tem participação especial do próprio Renato – pai e filho ajuntam suas vozes gêmeas. O violão dedilha a intro. A força da composição irrompe letra a fora: beleza íntegra, virtuosa.

"Boiadeiro Errante" (Teddy Vieira) tem participação do "gigante" Sérgio Reis. O acordeom inicia. Sob os aplausos do público, a voz de Sérgio vibra. O duo vocal chega. Logo Sérgio volta a solar... ensolarado.

       "Eu Apenas Queria Que Você Soubesse" encerra o CD. Sem entrar no mérito da qualidade da música de Gonzaguinha, ao passar bruscamente de canções com viés interiorano para uma música urbana, ela destoa do clima de até então.

Mas o importante mesmo é que o disco de Chico Teixeira traz em si a boniteza do Brasil sertanejo.

Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4