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ALÔ, ALÔ TAIGUARA, AQUELE ABRAÇO!


Ontem foi aniversário do querido Taiguara, cuja memória anda um tanto esquecida. O que me desola, me constrange, e de certo modo me deixa indignado.

Aliás, não é de hoje que esse tipo de procedimento injusto me faz trabalhar praticamente a vida inteira no sentido de resgatar memórias que valem a pena neste País. Que mal cuida deste universo de pessoas, os brasileiros, que forjaram participações indispensáveis para a definição do Brasil como um berço de artistas memoráveis, pelas mais diversas razões.

Taiguara foi não apenas compositor como também belíssimo cantor e pianista. Seu último show no Teatro João Caetano foi por mim dirigido a pedido dele, e gravado na íntegra pela TV Manchete. Onde anda esta gravação, meu Deus?!

Lembro-me que fiz a ele um pedido: falasse muito menos entre o intervalo de uma música para a outra. Explico: Taiguara, depois de penoso exílio de muitos anos, voltara ao Brasil bastante revoltado pelo tempo sem sentir e se apresentar em sua terra. E falava sem parar.

Voltando ao show do João Caetano. Ao começo ele olhava para mim na coxia e falava o mínimo, apresentando música a música. Ao final, contudo, ao apresentar algumas peças de fundo mais social, Taiguara abriu a torneirinha da falação. E sentado ao piano, começou a fazer discursos políticos, inconvenientes para a estrutura do show.

Registro ainda, na foto abaixo, momento importante da sua e da minha vida.

O cartaz do Instituto anunciando a exposição que fizemos para lhe saudar os 70 anos de vida, que foi um sucesso de público.

Ricardo Cravo Albin

Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin.