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ABRAÇO A PAULO COELHO NESTE 24 DE AGOSTO.


Caríssimo Paulo, a data do seu aniversário já é, e tem que ser, uma referência para o Brasil. Ou antes, do Brasil para o mundo.


Dizer-se que você conquistou um lugar no pantheon dos brasileiros mais reconhecidos deste planeta já é pouco original.


Popularidade há de ser uma condição que lhe deve provocar mais incômodos que prazeres.


Eu, pessoalmente, já comprovei o fenômeno Paulo Coelho inúmeras vezes.


Evoco aqui o Salão do Livro de Paris, creio na virada do século, quando sua editora ofereceu a 400 convidados suntuoso jantar embaixo da pirâmide do Louvre, o maior evento social do salão. Fui com Eduardo Portella e recebemos, desde a véspera, pedidos de intelectuais, muitos americanos, a solicitar convites. Tanto eu quanto Eduardo fizemos ouvidos moucos. Passamos o jantar inteiro, contudo, a degustarmos o triunfo do brasileiro e a refletir sobre sua entrada na literatura oficial das casas de escritores, primeiro no Pen Clube e depois na ABL. Do Pen encarreguei-me eu. Da ABL, o Portella. Assim traçado, o plano foi vitorioso em menos de um ano.


Outra ocasião entre tantas de orgulho por ser testemunha do seu triunfo foi quando lancei o nosso Dicionário Cravo Albin da MPB na Embaixada de Washington. Pela internet, em inglês e destinado a todo o mundo. O então embaixador Celso Amorim, que me recebeu, imaginou pedir aos brasileiros nos E.U.A que indicasse 10 nomes de verbetes referenciais, entre 100 que eu selecionei. Seu nome, Paulo, recebeu uma chuva de votos, o primeiro lugar. Motivo bastante para fazer três dias depois palestra na embaixada sobre o também mago na MPB. O que surpreendeu muita gente. No auditório lotado ocorreu momento único de tensão quando um jovem estudante da N.Y University tentou acertar em mim uma flecha – “as músicas do Paulo são melhores que os livros? porque há gente que os desaprova”. - São tão boas quanto. E digo-lhe mais: é bom você saber que um sucesso universal, a vender milhares de livros pelo planeta e a ter composto músicas nas paradas, há que ser invejado. Não pouco. É da natureza humana.


Paulo, mesmo sendo mago, é vítima de um sentimento horrorizante chamado inveja. E mais ainda: talvez seja a maior vítima dentro do Brasil.


Parabéns, Paulo!


Ricardo Cravo Albin